O aspecto emocional no trabalho do áudio

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Em palestra na AES Brasil Expo, Carlos Freitas explicou como o fator emocional pode ser crucial para a tomada de decisão durante o processo musical. 

Visando despertar um pouco os profissionais para além dos números e medidores, o renomado engenheiro de masterização Carlos Freitas ministrou palestra sobre o aspecto emocional no trabalho com o áudio durante a AES Brasil Expo. Freitas, que figura entre os principais profissionais à nível mundial, usou de vários exemplos para ilustrar ao público o que pequenas decisões movidas por uma percepção subjetiva podem trazer como resultado ao trabalho.

“Precisamos lembrar que estamos trabalhando com música, com arte, logo é preciso levar em conta a emoção”, começou Freitas. Para ilustrar esta ideia, o palestrante mostrou um gráfico que traçava o paralelo entre a intenção emocional do artista em uma música de Ray Charles e a dinâmica do áudio, com diversas variações. “O trabalho do engenheiro de áudio é compreender esta intenção emocional do artista e transcrevê-la para o áudio. Uma masterização cheia de compressão, neste caso, mata completamente a emoção da música”, explicou.

Freitas continuou demonstrando exemplos desta dicotomia em outros setores. O primeiro foi com uma canção e seu arranjo, comparando a Demo original da música com seu arranjo final, e a necessidade de cortá-lo e recriá-lo de forma mais simples, ou seja, próxima à demo para trazer a a emoção original do compositor.

Outro exemplo se deu na simplicidade. Usando a canção “Simples Assim” do álbum Carbono de Lenine, masterizado por Freitas, o palestrante mostrou como era a versão “original” da canção, com um arranjo bastante complexo, e a versão final, onde o artista optou por desfazer toda a complexidade e deixar a música só voz e violão. “Muitas vezes menos é mais, e esta versão mais simples, acaba sendo muito mais emocionante para quem escuta”, finalizou.

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