AES publica novo padrão para áudio 3-D

A Sociedade de Engenharia de Áudio anunciou a publicação do novo padrão AES69-2015 que traz um grande avanço para as crescentes indústrias de áudio binaural e 3-D. O padrão, que descreve as trocas de arquivos de acústica espacial, é fruto do trabalho do Comitê de Padrões da AES, a principal entidade criadora de padrões para a indústria de áudio ao redor do mundo.

O AES69-2015 é visto como um grande passo no desenvolvimento do áudio 3-D. A audição Binaural têm crescido consideravelmente graças ao uso de smartphones, tablets e outros sistemas de entretenimento individual que tem como principal interface o uso de fones de ouvido. Um entendimento da forma como o ouvinte experiência o som binaural, expressado como funções de transferências relativas à cabeça (HRTF), abre caminho para o áudio pessoal 3-D. A falta de um padrão para a troca de dados HRTF torna difícil para desenvolvedores a troca de formas de captura e algoritmos de renderização para áudio binaural. Enquanto o áudio 3-D continua a ganhar popularidade entre os usuários final, a escuta binaural pode ser a primeira fonte de áudio 3-D com fidelidade HRTF suficiente.

O novo padrão AES69-2015 define um formato de arquivo para trocar dados acústicos relativos ao espaço de várias formas. Estas incluem HRTF, bem como DRIR (Respostas de impulso direcionais de sala). O formato foi projetado para ser escalável para adequar-se aos processos de renderização disponíveis e para ser suficientemente flexível para incluir fontes materiais de diferentes bancos de dados.

O projeto foi desenvolvido pelo Grupo de Trabalho de Padrões da AES SC-02-08 com o grupo de redação sendo liderado por Matthieu Parmentier e tem como principais autores Piotr Majdak e Markus Noisternig. O projeto foi construído sobre um antigo trabalho que definia um Formato de Acústica Orientado ao Espaço (SOFA) que tentava armazenar dados HRTF de uma forma geral, capaz de suportar qualquer função de transferência medida com arranjos de microfones e alto-falantes.

O uso de processadores de reverberação baseados em convolução em ambientes virtuais de áudio 3-D tem crescido muito de acordo com o poder de computação disponível. Reverberadores baseados em convolução ajudam a garantir uma experiência natural e autêntica para o ouvinte, mas também dependem da qualidade acústica da resposta de impulso direcionada à sala (DRIR). Muitos destes problemas se tornaram preocupações centrais da indústria, como ficou provado nas profundas discussões que aconteceram na 57ª Conferência Internacional da AES em Hollywood, CA, na qual foram endereçados tópicos, incluindo padrões de entrega de áudio imersivo, performance e design de fones de ouvido, áudio 3-D Ambisonics, áudio binaural e mais.

Os seguintes requerimentos foram seguidos:

– Descrição de um setup de aferição com geometria arbitrária; que não é: limitada à casos especiais como uma grade regular ou distância constante.

– Dados autoexplicativos com definições consistentes; que é: todas as informações requeridas sobre o setup de aferição precisam ser providas no arquivo como meta-dados.

Flexibilidade para descrever dados de múltiplas condições (ouvintes, distâncias, etc) em um único arquivo.

Descrições pré-definidas dos setups mais comuns de aferição, que são referidos como “convenções”.

Bruce Olson, chefe do Comitê de Padrões da AES afirma que “O AES69 representa uma peça arquitetônica fundamental para levar o áudio pessoal para um novo patamar de performance. Ao usá-lo, desenvolvedores de produto poderão tirar vantagem de bancos de dados com função de transferência de todo o mundo para produzir uma experiência de áudio 3-D realmente imersiva.

Comitê de Padrões da AES

O Comitê de Padrões da AES é a organização responsável pelo programa de padronização da Sociedade de Engenharia de Áudio. Ele publica um número de padrões técnicos, documentos informacionais e reportes técnicos. Grupos de trabalho com membros de diversas nacionalidades estão engajados na redação de padrões cobrindo campos que incluem tópicos de relevância específica até o áudio profissional. Associação à qualquer grupo de trabalho de padronização é aberta à todos os indivíduos que serão materialmente e diretamente afetados pelos documentos que podem ser gerados pelo trabalho do grupo.

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